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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Um abraço ao Rubem...


Meu ideal seria escrever num papel, qualquer coisa, mas qualquer coisa nobre a ponto de fazer o seu dia mudar.

Mas para fazer o seu dia mudar, precisaria ser nobre? E estar escrito em um papel?

Meu ideal seria escrever, então, algo simples, na areia de uma praia. Algo bem direto e profundo, tão profundo que fizesse você esquecer toda essa carcaça que nos envolve e apenas de repente, num rompante, fizesse você descobrir quem você é, de verdade.

Mas que essa descoberta viesse de uma maneira rápida, porém suave. De uma maneira que fosse bem recebida e bem quista. Sem conflitos de identidade e sem sofrimentos adicionais.

Meu ideal seria escrever.

Um abraço ao Rubem...

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Lendas e Mistérios do Maranhão: o Caso do Itaqui


Lendas e Mistérios do Maranhão: o Caso do Itaqui
por José Wilson
O Maranhense se orgulha de viver em um estado considerado um caldeirão efervescente de cultura. Um caldeirão que foi temperado de lendas, mistérios e 'causos' estranhos. São carruagens encantadas que arrastam correntes, serpentes que crescem sem parar, areia sendo transformada em pólvora e até um rei transformado em touro negro com uma estrela branca na testa.
Muitos pensariam, baseando-se nisso, que esse povo crédulo seria fácil de ser enganado. Muitos pensariam.
Mas as lendas que assombram o dia-a-dia das empresas que tentam apostar no estado, são outras e são mais horripilantes, mais assustadoras.
Talvez a principal delas, seja a lenda do 'Porto que nunca será'.
O 'Porto-que-nunca-será' é um porto que apesar de possuir uma das maiores profundidades do mundo não consegue movimentar os produtos que seu estado produz, quanto mais ser uma referência em sua região de influência - eu diria má influência. Ele é talvez o porto nacional com a melhor saída para a Europa (mercado consolidado), para a China (via Canal do Panamá), para a África (objeto de desejo para quem pensa em expansão de mercado) e para os Estados Unidos (via Miami), e mesmo assim, apesar de ser o mais próximo acaba vivendo como o mais distante tanto para enviar como para receber.
O 'Porto-que-nunca-será', nunca será - os mais cínicos dirão - por que ninguém quer que ele seja. Mas isso não é de todo verdade. O 'Porto-que nunca-será' só é assim por que ele é assombrado. Uma pausa dramática é necessária agora, para que possamos digerir o termo 'assombrado'.
Os fantasmas que assolam essa estrutura são muitos, e são perniciosos. O fantasma da falta de vontade política, campeão de audiência no Brasil (cujo exorcismo propiciou todo o crescimento da área portuária de Suape). O fantasma do clientelismo, que coloca despreparados em posições estratégicas (não precisaremos detalhar o cabide de empregos que se tornou a EMAP). O fantasma da falta de parcerias público-privadas, que poderiam acelerar obras de infra-estrutura através de um gerenciamento mais profissional dos recursos obtidos de canais mais rápidos (PAC, BNDES).
Em suma, o 'Porto-que-nunca será' poderia ser Suape, basta chamar os caça-fantasmas.

artigo produzido para a disciplina Fundamentos de Logística (MBA em Engenharia de Produção - ENE)

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Dimas e o asa-branca

Dimas era daqueles caras da cidade que não entende nada de campo. Passou umas férias na casa de uma tia no interior algumas vezes, mas só gostava de ir para lá por que as meninas eram mais fáceis.

Um dia, o coitado teve de ir em um cemitério atrás de uma boa locação para umas fotos - Dimas era um projeto de J.R. Duran. Procura daqui, procura dali e Dimas acabou raspando em um galho de árvore, uma acácia provavelmente.



De repente, ele sentiu uma dor aguda seguida de uma dezena de outras pequenas explosões nas costas e nas pernas. Ele não sabia o que fazer e correu, quanto mais ele corria, mais aquilo ardia e de repente ele teve a consciência de que o mal que lhe afligia era o temível marimbondo asa-branca, o terror alado.

Não se sabe onde Dimas foi parar, alguns dizem que ele foge até hoje, atormentado pela dor, outros dizem que ele correu até a casa da tia dos anos de infância atrás de uma lição que nunca aprendera, 'nunca ande distraído em um bosque da acácias no mês da florada'.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Game of Thrones


Pessoal, este post é apenas para justificar a ausência de postagens: preciso terminar os 3 livros da série.

Bye.

Semana que vem, estaremos por aqui.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Livreiro de Cabul


Um outro livro de Asne Seierstadt já foi objeto de um post recentemente, e seguindo a dica da Bia e me aproveitando da maravilhosa estante da Maria (minha mãe) iniciei uma nova jornada. Desta vez, Cabul e uma familia afegã (não-ortodoxa) são o destino.


O que me impressiona nestas primeiras 110 páginas (lidas rapidamente) é o ritmo que a narrativa segue, mesmo sendo um livro de uma autora de 22 anos. É impressionante e agradável.

#Recomendo

terça-feira, 6 de setembro de 2011

De Costas para o Mundo: Retratos da Sérvia

Fazia um tempo que não lia um livro legal. Muita correria, viagens a Barra do Corda, implantação de ERP aqui na Quercegen, preguiça. Enfim, minhas leituras estavam resumindo-se a pegar alguma coisa na estante do quarto enquanto Ludmilla estuda, abrir em qualquer página e ler umas 20, 30 páginas. Quando o livro é de contos ou crônicas, vá lá, mas um romance...

O certo é que dei uma passada no quarto de Maria e sua estante repleta de Rosamunde Pilcher e Marian Keyes e um livro amarelo chamou minha atenção.



Na prática, apesar da vontade de ler o livro compulsivamente até o fim, tive que regular a leitura para minhas 2 horas noturnas. O livro é muito bem organizado e redigido, com momentos de melancolia e esperança, como eu imagino que sejam as guerras.

Sem falar que trata de uma das guerras mais negligenciadas pelos livros de história contemporânea - pelo menos durante minha época de aluno.

No fim das contas, recomendo bastante o livro e a autora, vale a pena mergulhar nas histórias dos personagens reais de De Costas para o Mundo.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Coisas Deleitáveis



Seguindo a mesma balada do post anterior, segue uma lista prazerosa, mas tão difícil de fazer quanto a anterior. A lista de coisas deleitáveis que me vêm à cabeça neste instante.

Rio de fundo de areia e da água quente em feriado. Casa de interior. Feriado em meio de semana. Feriado prolongado. Viajar com dinheiro. Chegar em casa antes da hora e não ter nada para fazer. Ser bem pago por um trabalho árduo. Ler um grande livro. Ler um livro grande. Ler jornal de papel. Ler livro novo. Ver que seu último post teve muitos acessos e comentários. Ver a McLaren vencer. Ir ao cinema. Ludmilla. Uma namoradinha de manhã cedo. Quando você acha um dinheiro que havia perdido. Quando você acha um dinheiro que não havia perdido. Reunião objetiva. Final de semana com a casa vazia. Botafogo ganhar de 1 x 0 no finalzinho do jogo. Botafogo ganhar. Botafogo ganhar do Flamengo. Pastel de beira de estrada. Coca-cola de garrafa de vidro. Fazer uma prova sabendo o assunto. Escrever. Fazer uma defesa impossível e receber aquele cumprimento do defensor. Ganhar coisas. Dar presente para quem sabe ganhar presente. Comprar uma coisa bonita ou um livro bonito. Carro novo quando você vai tirar ele da concessionária. Quando a festa acaba e você está inteiro. Não ter pedra nos rins. Não ter que ir ao médico. Não ir ao dentista. Fazer um xixi depois de estar bem apertado.

terça-feira, 27 de julho de 2010

A febre da batalha


E Kjartan permanecia vivo. Trinta e quatro homens continuavam com ele e sabiam que estavam mortos, e estavam preprados para morrer como dinamarqueses, mas então Ragnar foi em sua direção, com as asas de águia do elmo quebradas e molhadas. Apontou silenciosamente a espada para Kjartan, que assentiu e saiu da parede de escudos. (...)

- Eu matei seu pai - disse Kjartan a Ragnar com um riso de desprezo - e vou matar você.

Ragnar ficou quieto. Os dois estavam separados por seis passos, avaliando-se.

- Sua irmã foi uma boa puta antes de enlouquecer. - Kjartan saltou adiante, com o escudo erguido, e Ragnar ficou de lado para deixá-lo passar. Kjartan previu o movimento e girou a espada baixa para para cortar os tornozelos de Ragnar, mas Ragnar havia recuado. Os dois se olharam de novo. - Ela era uma boa puta mesmo depois de enlouquecer - só que tínhamos que amarrá-la para impedir que lutasse. Para ficar mais fácil, sabe?

Ragnar atacou. Escudo alto, espada baixa, os dois escudos se chocaram e a espada de Kjartan aparou uma estocada por baixo. Os dois arfaram, tentando derrubar um ao outro, e então Ragnar recuou de novo. Havia descoberto que Kjartan era rápido e hábil. (...)

- Eu matei seu pai - alardeou Kjartan, e sua espada arrancou uma lasca de madeira do escudo de Ragnar. - Queimei sua mãe. - Outro golpe ressou na bossa do escudo. - E usei sua irmã como puta - disse ele, e o próximo golpe de espada fez Ragnar recuar dois passos. - E vou mijar no seu corpo estripado - gritou Kjartan, revertendo o giro da espada. Em seguida fez com que ela viesse baixa de novo contra os tornozelos de Ragnar. Desta vez acertou e Ragnar cambaleou. Sua mão mutilada havia abaixado instintivamente o escudo e Kjartan levantou seu próprio escudo sobre o topo, para derrubar o inimigo. Ragnar, que não tinha dito nada durante toda a luta, gritou subitamente. Por um instante pensei que era o grito de um condenado, ma era de fúria. (...) E de repente era todo raiva e movimento; era como se tivesse acordado. (...) E Kjartan, que pensava ter encontrado a medida do inimigo, ficou subitamente desesperado. Não tinha mais fôlego para insultos, apenas para se defender, e Ragnar era todo ferocidade e rapidez. Golpeou Kjartan, fez com que ele se virasse, golpeou de novo, estocou, retorceu-se para longe, fintou baixo, usou o escudo para afastar a espada do outro e varreu com a sua, Quebra-coração, acertando o elmo de Kjartan. Amassou o ferro, mas não o rompeu. (...) Seu próximo golpe despedaçou uma das tábuas de tília do escudo de Kjartan, o seguinte arrancou a borda do escudo, partindo o aro de ferro. Kjartan recuou, e Ragnar estava berrando, um som tão horrível que os cães ao redor de thyra começaram a ganir imitando.

Mais de duzentos homens olhavam. Todos sabíamos o que aconteceria agora porque a febre da batalha havia dominado Ragnar. Era a fúria de um guerreiro dinamarquês. (...) Ragnar passou por cima dos movimentos frenéticos da espada pesada do inimigo e golpeou forte com Quebra-coração. O golpe rompeu a manga de malha de Kjartan e cortou os tendões do braço da espada. Kjartan tentou se levantar, mas Ragnar chutou seu rosto, depois baixou o calcanhar com força sobre a garganta de Kjartan. Kjartan sufocou. Ragnar deu um passo atrás e deixou que o sofrido escudo deslizasse do braço esquerdo. (...)

Foi uma morte lenta, mas Kjartan não gritou nem uma vez. (...) Ragnar deixou Quebra-coração ali e recuou enquanto Kjartan se retorcia nas dores da morte. Foi então que Ragnar olhou para a chuva no alto, sua espada abandonada balançando-se, prendendo o inimigo no chão, e gritou para as nuvens: - Pai! Pai! - dizia a Ragnar, o velho, que seu assassino estava vingado.
Os Senhores do Norte (Crônicas Saxônicas - Livro III) - Bernard Cornwell

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Uma canção para Ludmilla

Se com seu sorriso eu acordo
Feliz sou sempre
Os medos são tênues sombras
Feliz de mim
Se com seu sorriso eu acordo
As angústias meras marcas
Um passado distante
Feliz, ora!
Se com seu sorriso eu acordo

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O júbilo da espada


O júbilo! O júbilo da espada. Eu estava dançando de júbilo, a alegria fervilhando dentro de mim, o júbilo da batalha do qual Ragnar falava com tanta frequência, o júbilo do guerreiro. Se um homem não o conheceu, não é homem. Aquela não era uma batalha, não era uma carnificina propriamente dita, apenas uma matança de ladrões, mas foi minha primeira luta e os deuses tinham se movido dentro de mim, tinham dado velocidade ao meu braço e força ao escudo, e quando terminou, quando dancei no sangue dos mortos, soube que era bom. Soube que era mais do que bom. naquele momento poderia ter conquistado o mundo e meu único lamento era porque Ragnar não pôde ver, mas achei que ele poderia estar me olhando do Valhalla. Levantei Bafo de Serpente para as nuvens e gritei o nome dele. Já vi outros jovens saírem da primeira luta com o mesmo júbilo e os enterrei depois da batalha seguinte. Os jovens são idiotas, e eu era jovem. Ma era bom.

O Último Reino (Crônicas Saxônicas - Livro I) - Bernard Cornwell

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mouth

A noite tinha sido boa, Johnny tinha aproveitado até o fim. Mas mesmo assim, tinha acordado bem disposto e trabalhado o dia inteiro num ritmo que não entregava sua noitada.
A única coisa estranha era aquela coceira no ombro, por debaixo do blazer e da camisa no início da manhã.
Johnny procurou esquecer aquilo e continuou trabalhando, não iria estragar o belo nó da gravata por causa de uma coceirinha à toa.
À tarde a coceira aumentou e Johnny também passou a ouvir uma risadinha abafada por cima do ombro, e sem conseguir identificar de onde vinha, acabou creditando isso ao som ensurdecedor da boate da balada.
Mas a risada não sumiu...
No final do expediente, louco para chegar em casa e já desesperado com aquela risadinha chata que aumentava, Johnny voou no trânsito e a risada só aumentando...

Johnny correu para o banheiro e praticamente rasgou a camisa procurando um espelho.
Não acreditou no que viu...
Bem no lugar onde havia levado um beijo daquela gata misteriosa havia surgido uma BOCA, com dentes, língua e que sorria sem parar!!!

sábado, 3 de junho de 2006

O relojoeiro cego - Richard Dawkins

Olha, agora tenho respaldo até para indicar livros...apresentei uma monografia!!! E tirei 10!!!!
Falando sério, fico chocado quando alguém me diz que não acredita na teoria da evolução de Darwin-Wallace e que acredita no que está "escrito" na Bíblia...
Por essas e outras recomendo:



E todos os outros livros desse grande biólogo!

sábado, 20 de maio de 2006

Como desfigurar um livro em 159 minutos...



Suspense, ação, romance? Isso te causa emoção? Foi o que você sentiu ao ler "O código da Vinci" de Dan Brown??

Meus caros, isso você não vai encontrar no filme...toda engenhosidade de criar seqüências em que o leitor vai "decifrando" os enigmas junto com os personagens foi por água a baixo. Toda aquela tensão sensual entre Mr. Robert Langdon e Mrs. Sophie Saunière, idem. Conseguiram transformar um livro fervilhante em um filme morno...

Vale assistir? VALE...Para conseguir decifrar como desfigurar um livro em 159 minutos...

terça-feira, 16 de maio de 2006

Meu Ideal Seria Escrever...

Rubem Braga
Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse - "Ai meu Deus, que história mais engraçada!". E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria - "Mas essa história é mesmo muito engraçada!". Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos. Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse - e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aqueles pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse - "por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história. E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago - mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: "Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina". E quando todos me perguntassem - "mas de onde é que você tirou essa história?" - eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: "Ontem ouvi um sujeito contar uma história...". E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.

A crônica acima foi extraída do livro "A traição das elegantes", Editora Sabiá - Rio de Janeiro, 1967, pág. 91.

Essa é a crônica das crônicas, dentre todas que já li em minha vida a melhor. Qual a sua crônica escolhida?