domingo, 30 de março de 2014

Uma ferida incicatrizável



Assistir '12 anos de escravidão' me dá uma dimensão do quão longe nós viemos. Evoluímos? Sim, mas ainda falta muito para resolver a 'questão racial'. Se é que há esperança nesse sentido.

Mesmo morando (ou 'Já que moro'?)em um dos estados com uma das maiores proporções de negros do Brasil eu vejo e convivo com racistas diariamente. Posso facilmente confirmar, aqui no Maranhão, nas cidades do sul do estado o racismo é regra, não exceção.

Infelizmente é assim que é.

É um cara que 'brinca' chamando um negro de macaco. É outro que xinga o bandeirinha de 'preto burro'. As coisas são ditas automaticamente. É parte da cultura do povo. O povo é racista. Eu ouço mães falando pra filhos 'te cala, parece que é filho de preto!'. Vária vezes.

É triste demais.

Essa cultura racista se esconde e aparece em brincadeiras e conversas amigáveis, em mesas de bar e de jantar. Na luz do dia ou à noite.

Só não vê quem não quer.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Sangue novo confirmado na Force India

Paul di Resta se juntará a Adrian Sutil na Force India para a temporada 2011. A equipe confirmou esta informação nesta quarta-feira.
" Ano passado me tornei 3º piloto aqui e coisas boas aconteceram,  dessa forma estamos esperando conseguir mais coisas boas", disse o escocês na coletiva de imprensa na sede da Whyte and Mackay (patrocinadora da equipe indiana baseada em Silverstone) em Glasgow.
Nico Hulkenberg foi confirmado como terceiro piloto do time.
Com isso a Force India se apresenta com um promissor trio de pilotos: Sutil, Di Resta e Hulkenberg.

post originalmente publicado no Ultrapassagem.org (jan 26, 2011), esta postagem é apenas para proteger e preservar os artigos publicados no Ultra, uma boa iniciativa que, infelizmente, não conseguiu durar muito tempo.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Mercedes: O que esperar de uma lenda?

1º de fevereiro de 2011 marcará a continuidade de uma lenda iniciada em 3 de junho de 1934. Teremos a apresentação do MGP W02, ou ‘The 2011 Silver Arrow’ como o pessoal da Mercedes GP chama o carro no Twitter.

O que esperar de um time que carrega os nomes Mercedes, Ross Brawn e Michael Schumacher? O que não tivemos em 2010 – vitórias.
Com um (decepcionante) 4º lugar na tabela em 2010 com 214 pontos, a Mercedes não esboçou capacidade de estar no front do WCC ou do WDC. A despeito da bela temporada de Nico Rosberg, o W01 não ofereceu condições de brigas por poles, fastest laps e, muito menos, vitórias.
Poderíamos dizer, então, que em 2011 o que vier é lucro? Não. A Mercedes está na Formula 1 por um motivo cristalino: vencer. O MGP W02 tem essa responsabilidade e carrega o trabalho da equipe desde a segunda metade do campeonato passado, quando Ross Brawn jogou a toalha e a gigantesca estrutura de trabalho passou a focar a temporada 2011.
As esperanças da equipe estão acumuladas aos pés de Ross Brawn. Com oito WDC (um a mais que Adrian Newey!), Brawn é responsável por foguetes como o BGP 001 – que foi gerado após o abandono de um projeto anterior no meio da temporada e num ano de grandes mudanças no regulamento (coincidência?).
E é exatamente nesse ponto que Brawn pode fazer a diferença. O W02 já conta com o melhor motor da F1, se calçar bem os Pirelli, podemos estar certos de que ouviremos algumas vezes o 'Das Deutschlandlied’.
post originalmente publicado no Ultrapassagem.org (jan 25, 2011), esta postagem é apenas para proteger e preservar os artigos publicados no Ultra, uma boa iniciativa que, infelizmente, não conseguiu durar muito tempo.


domingo, 9 de março de 2014

Parece que foi ontem...

Mas não foi. Foi cinco semanas atrás. Mas estou aqui nesse ônibus novamente.



Não é o mesmo ônibus. Não isso aqui não é a metáfora do rio não (era Heráclito e eu achava que era Aristóteles!). É que o ônibus é um bem pior que aquele. Esse aqui é menor, mais apertado.

E, de repente como um dinheiro achado numa roupa lavada um soco na boca do estômago, toca no meu fone de ouvido Anitta. Comprei essa música por causa da minha sobrinha de 2 anos (3?) que dança isso rebolando e todo mundo acha engraçado e eu fico com sentimento de culpa por ser só um intelectualzinho de merda que acha um absurdo a sexualização precoce e não consegue se divertir com tudo.

De volta ao ônibus, esse ao menos não tem banheiro e aquele cheirinho sempre presente. É engraçado como isso é uma coisa boa num ônibus e uma coisa ruim num imóvel, mesmo aqueles apartamentos minúsculos  charmosos de meio milhão de reais querem ter um banheiro ao menos.

Há menos de dez pessoas mas em menos de 3 horas de viagem já paramos uma 4 ou 5 vezes. Esse cara busca passageiros como eu busco sentido para minhas interrogações, desesperadamente.

Hoje, o público aqui parece o de hotéis em Miami, idosos descorados e gordos e tristes, solitários. Eu me pergunto se eles estão voltando de um bom carnaval como eu. Ou se apenas estão sozinhos, como eu.

Olho essas pessoas e me deprimo com o reflexo. 

Às vezes, acho que um fio invisível passa por todos nós e que quando ele romper, tudo vai ruir e a dor vai acabar.

No final da sexta parada em menos de 4 horas, tenho plena certeza que o inferno é na Terra e que ele nos chega em drops infinitos de música evangélica sem fones de ouvido like a roling stone. E quando as crianças chegam aos assustadores gritos de 'Óia o mí! Óia o mí!', elas são anjos tentando se sobrepor aos estertores da morte.

Eu não aguento a batalha do bem contra o mal e acabo dormindo.

E agora, explodindo nos fones, 'Salmon Dance'. E o famigerado que para para abastecer (!). Nesse instante eu me lembro de quando você tem a sensação de que há alguém te observando, te acompanhando, seguindo seus passos. É sempre mentira a não ser quando é um ladrão. Somente a solidão te acompanha.

Mas as coisas mais interessantes acontecem da metade da viagem para a frente, quando o ônibus começa a receber novos passageiros. As pessoas se evitam de uma maneira acintosa. Uma mistura de medo e nojo.

Mas por quê?

E olha, eu acho que tenho experiência com pessoas. Mas ainda não cheguei perto de desvendar o por que de se abraçar a solidão. Não apoio, nem entendo. Mas faço igualzinho:

- Esse lugar aqui? Tá ocupado sim...