sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
I HateYou Will
Minha esposa acabou de me falar pela segunda vez este ano (e estamos apenas com 2 meses decorridos!):
- Will, tem muita gente que tem raiva de ti.
Eu imediatamente respondi que nem me preocupo com isso.
Mas, como todo neurótico que se preze, parei para analisar e remoer a questão.
Inveja.
O que eu tenho para ser invejado?
Beleza - negativo, só se eu fosse um Rodrigo Hilbert para gerar tamanha euforia negativa.
Dinheiro - negativo, meu dinheiro está no banco, aplicado, ando de Celta e meu apartamento é básico e popular, não quero ter esse tipo de atenção.
Acho que Inveja só vem desses dois caminhos nos tempos atuais. O que mais pode gerar ódio?
Hummm. Parando para pensar, esse meu séquito de adoradores é de dentro da empresa. Tenho que voltar no tempo e analisar minhas relações sociais por onde passei: CCM, SESI, Reino, UEMA, UFMA, Merck e Quercegen.
CCM - crianças de seis anos não se odeiam, não fiz inimigos nessa época, não sovinava massa de modelar e todos eram iguais peranta a falta de lei.
SESI - fiz muitos amigos, principalmente no envolvimento esportivo. Mas lembro de alguns inimigos declarados, tinha a galera da disputa por notas (que, eu juro, nunca foi algo que corri atrás), e alguns episódios relacionados a ser líder de turma e filho de professor, isso gerou desgaste. Na média, não posso dizer que foi ruim, o colégio era 'de pobres' e eu era a exceção, poderia ter sido pior. Good feelings about those times.
Reino - taí, se me colocasse para falar sobre essa época há 3 anos, falaria maravilhas. Mas hoje, não sei. Não lembro de ter feito inimizades, fiz amigos - mas mais superficiais que achava - e de certa forma era querido por muitos. Mas não tenho como esconder uma certa amargura, talvez pelo fato de ser um colégio 'de ricos' e eu era a exceção de novo.
UEMA - boas amizades, mas ficaram para trás. Alguns momentos de stress e certamente mais coisas boas que ruins. Nessa época, eu soava meio otário, talvez pela preocupação juvenil (eu era o mais jovem da turma) em ser o melhor. Dei cabeçadas, mas acho que passei sem gerar ódios mortais.
UFMA - o período mais longo, eu já era mais malandro. Não entrei na onde de ser o 'fodão'. Mais amigos para a vida toda, mais jogo de cintura para saber 'fazer inimigos' onde dava pra ser assim. Uma experiência social completa. O fato de ter sido da ENEFAR e do DAFAR me deu como saldo uma certa porcentagem de ódio por inveja, mas faz parte.
Merck - no período em que passei no CQ, não fiz amigos. Entrei como estagiário e logo, a minha amizade com meu Supervisor gerou intriga, inveja e picuinhas. As outras estagiárias, os outros funcionários, muita gente achando que eu era privilegiado. Quando fui contratado e seguidamente promovido, adivinhem? Consegui fazer amigos quando saí desse setor e passei a trabalhar na Pesquisa e na Produção.
Quercegen - sofro com as sobras de relacionamento da Merck. Quem me promoveu já não mais trabalha comigo, mas sinto que meu cargo gera desconforto. É um sentimento que trago há algum tempo, mas que ainda é uma sensação superficial, não é nada confirmado.
No geral, acho que eu acabo soando como uma pessoa convencida demais ou muito cheia de si e confiante. Isso não é muito facilmente entendido e deglutido.
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