quinta-feira, 31 de março de 2011
Sangue que fugiu
Ontem eu senti o sangue fugir do meu corpo e vir todinho para o meu rosto. É como eu sinto a sensação de vergonha, mas não senti isso por mim, senti por outra pessoa.
Já havia acontecido comigo antes, mas acho que meu cérebro limitou os dados, jogou num arquivo profundo e tentou me fazer esquecer.
Eu tenho uma memória boa, não chega a ser fotográfica, mas sou bom para rostos e nomes.
Ontem, no supermercado, olhei um colega da escola e ele estava varrendo o chão. Serviços gerais é o termo no jargão do RH. Salário mínimo é a tradução precisa.
Cara, que vergonha eu senti dele ou por ele! Me senti mal, queria sair dali, fiquei com medo dele me olhar. Ele era meu ídolo no futsal - até hoje, quando alguém fala em chute forte, eu lembro do Gleidson. Cara, ele estava igualzinho ao tempo de escola, eu fiquei sem saber se ia lá, conversava, oferecia um em prego melhor, pegava o telefone (será que ele tem telefone? Deve ter, todo mundo tem celular...).
Antes disso, há cerca de 1 ano atrás, um flanelinha veio falar comigo:
- Will! Cara há quanto tempo!! - e eu não sabia quem ele era, não o reconheci.
Esse flanelinha estudou comigo no Reino, uma das escolas mais caras daqui de São Luís. O que terá acontecido?
Fui comentar isso com minha irmã e ela disse que perto de onde ela trabalha tem um flanelinha que estudou comigo no SESI e reconheceu ela, perguntou como eu estava e etc. Cara, isso dói demais - para falar a verdade, meu peito está doendo nesse instante em que escrevo isso.
Como essas coisas acontecem?
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2 comentários:
Ahhh, infelizmente essas coisas acontecem... Não à toa que o futuro me apavora... Certo dia comentei isso com o meu marido, se um dia ficassemos miseráveis, sem um puto... Ele riu sarcasticamente, da minha cara, do meu medo... Eu acredito em histórias assim, onde num minuto vc pode perder tudo. Ai só resta "tentar" manter a dignidade.
Foi um prazer conhecer seu blog!
Sou nova por aqui e estou adorando!
Um Abç!
Ah, tb vou te seguir...
Valeu pela visita, foi f... a situação.
O futuro é uma caixinha de Pandora, quem sabe o que tem lá?
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