Poderia começar dizendo que como muitas crianças brasileiras meu primeiro presente foi uma bola de futebol.
E, mesmo não me lembrando, tenho informações que realmente foi a primeira coisa que meu pai me deu. Mas, na realidade, meu primeiro presente - prontamente descartado pela minha mãe - foi uma metralhadora e um capacete de plástico (o capacete eu aproveitei mais tarde nos meus sonhos infantis de F1) que ganhei dos meus padrinhos.
Mas a questão aqui é que a bola sempre me acompanhou por onde andei (e corri).
Ao contrário de alguns amigos, eu não tenho memórias antes de 4 anos de idade. Eu me lembro vagamente do dia 14 de agosto de '85, meio da tarde e todos na minha casa choramos com a notícia da morte do meu avô Wilson. Além disso, não me lembro de mais nada nesse ano.
E aí, quase um ano inteiro após, eu tenho outra lembrança. Não sei o dia, nem bem a hora, mas lembro que estava na casa de tio Nicodemos e novamente fomos cobertos pela tristeza. A França acabava de eliminar o Brasil da Copa de '86 - nos penais. Nem é uma lembrança muito vívida, não lembro de nada do jogo, mas lembro do pesar das pessoas. E o engraçado é que lembro com mais intensidade do Fantástico mostrando qual seria a 'esquete' (é assim?) do personagem "Araquém, O Showman" no caso do Brasil ter vencido o jogo.